Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que a obesidade afeta cerca de 500 milhões de pessoas em todo o mundo, tornando-se um problema de saúde pública.
No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou no censo de 2010 que o peso dos brasileiros vem aumentando nos últimos anos: metade dos homens adultos está acima do peso e 48 % das mulheres também.
A obesidade é considerada uma doença crônica que traz consigo várias outras doenças, como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer.
Mas quais os mecanismos moleculares e celulares que levam um indivíduo a se tornar obeso? Segundo o pesquisador Lício Augusto Velloso, da UNICAMP, a obesidade não está relacionada apenas a comer muito, mas a uma predisposição genética e a um processo inflamatório deflagrado por uma dieta rica em gordura saturada.
A gordura saturada é capaz de induzir um processo inflamatório no hipotálamo, a região do cérebro que controla a fome e o gasto energético.
O hipotálamo, quando inflamado, perde parte de suas funções e ocorre um desequilíbrio entre a ingestão de alimentos e o gasto energético. Além disso, uma dieta rica em gordura saturada, quando prolongada, pode levar à morte de neurônios (apoptose). Quando esses neurônios morrem, o cérebro não consegue mais detectar os sinais emitidos pelos hormônios e a pessoa perde a capacidade de perder a saciedade. Essa perda de neurônios com função central no controle do peso, pode explicar porque pessoas obesas, mesmo submetidas a dietas rigorosas e emagrecendo nas primeiras semanas, voltam a engordar.
A pesquisa de Velloso trabalha para descobrir maneiras de reduzir a inflamação no hipotálamo além da utilização de anti-inflamatórios.
Em tempo: sobrepeso é quando o Índice de Massa Corporal (IMC) é entre 25 e 29,9. IMC a partir de 30 é obesidade.
Os neurônios do hipotálamo regulam a fome e o gasto energético por meio dos hormônios leptina e insulina. A insulina controla a fome a curto prazo. A leptina é produzida no tecido adiposo e regula o peso do indivíduo ao longo do tempo.
Prof. André "Terrinha" Almeida
