Mas você sabia que, neste mesmo julho de 2014, o Brasil sediou o Mundial de Futebol de Rua? Pois é: a prática nasceu na Argentina (sim, nossos hermanos saíram na frente) e o campeonato tem caráter não-convencional e não-competitivo. A ideia é utilizar o futebol como ferramenta de mediação de conflitos, formação de lideranças, desenvolvimento de grupos e organizações de base comunitária. Aqui no Brasil quem organiza o Mundial de Futebol de Rua é a ONG Ação Educativa.
Como funciona:
- existem 3 tempos de jogo. No primeiro tempo, os jogadores definem em conjunto as regras. No segundo tempo, acontece o jogo conforme as regras estabelecidas no primeiro tempo; e no terceiro tempo, os jogadores, com um mediador, avaliam se as regras foram cumpridas, se o jogo foi justo e contabilizam os pontos da partida;
- os times são mistos: meninas e meninos de várias idades jogam junto. Com isso, o mediador pode discutir igualdade de gênero, machismo e respeito;
- não existe juiz.
Exemplo de que o futebol pode integrar e ser usado não somente como lazer para jovens de comunidades de baixa renda mas como elemento de reflexão de uma série de elementos e formar cidadãos plenos, questionadores e partes integrantes da sociedade.
Pena que iniciativas como estas não aparecem na grande mídia!
Em tempo: no Mundial deste ano, a Colômbia levou o troféu (país escolhido por voto pelos jogadores do campeonato). Os jogos aconteceram em vários CEUs da cidade de São Paulo, no Largo da Batata e no centro.
Neste mês, entre os dias 26 e 29 de novembro, a Ação Educativa e o Museu do Futebol promovem o encontro "Futebol e Cultura", para reunir, discutir e debater experiências e práticas de futebol solidário e participativo de todo o Brasil. Mais informações em
Prof. André "Terrinha" Almeida